quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Se você depende, você não é livre, é preso!

Por uma vida ela observou algumas reações que uma briga de casal pode causar, não imaginava que pudesse se manifestar em algo físico, não estou falando de agressão, estou falando de consequências.
Olhava e via que quando um casal brigava a esposa no outro dia passava mal, amanhecia doente, cheia de dores. Quando pequena ñ entendia nada, nem sabia os motivos da briga, mas tornando-se adulta e visualizando um pouco mais a vida percebeu que aquilo era estranho. Estranho mais ainda como um casal passava a vida só se engalfiando ... mas isso é outro assunto.
Pois bem, o diagnóstico informal era somente esse: dependência emocional. Só podia ser!
Nos dias q tudo parecia bem, nada de reclamar de dores, nada de cara amarrada,sorrisos! Quando vinha a tempestade conjugal era humilhações, ofensas, palavras q doíam mais que um estalo na face e daí no outro dia, lá estava a "amélia" doentinha.
Ela no entanto pensou: mas q coisa é essa? como uma briga pode afetar tanto assim uma pessoa? É ... falta de amor próprio talvez, falta de superioridade, falta de confiança em si e pura, mas pura carência. A esposa ñ se permitia a liberdade, nem física e nem emocional. Punha obstáculos em absolutamente tudo para se livrar das algemas, não queria. Outra verdade que nem ela, a esposa, sabia. Ela simplesmente ñ queria ser livre! Queria mudança, mas ñ mudava, queria que o esposo mudasse e ele por sua vez, ah ... nem ai!
Com tudo isso ela que já era adulta começou a ter aversão a muita coisa, como seria sua vida se agisse como a esposa e aquele esposo? Choro, decepção, mentiras, desunião, falsidade, fachada. Não! Não admitia que isso fosse com ela, daí começou a pensar: se eu quero ser livre tenho que começar a voar por mim. A gaiola não pode me prender e me subtrair assim, a gaiola deve ser meu repouso, meu alicerce, meu ninho onde eu tenha pra descansar, pra chorar, pra desabafar, pra me recompor. A gaiola ñ pode me limitar a sua vontade apenas, a gaiola deve me completar, não me subjulgar.
A algema da alma ñ pode ser perversiva, nem doentia, nem submissa ao desamor. Que domínio posso me permitir que uma união tenha sobre mim? O domínio de dependência onde eu necessite severamente respirar o mesmo ar que a gaiola? Não, ela poderia se reclinar na gaiola, poderia se ver envolta em grades que lhe serviriam de proteção e união consigo mesma, não como uma sessão de tortura onde sua cabeça se rebaixa sem soprar seu canto.
Ela então entendeu: amor não pode prender assim, não pode nunca ser dependência, mas troca! Como uma barganha, como uma oferta mútua. Aquela esposa nunca seria livre, pq ela ñ queria ser.
Mas e a gaiola? hum... a gaiola continuava soberba, autoritária, perversa consigo e falsa com os outros. "Eu a prendo" - dizia - isso lá é vida?
Sei não. Sei que ela se despediu da esposa e olhou a gaiola e disse: Você não é esposo, oh gaiola, você é terror.

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