Se não for possível uma peneira em meus ouvidos, então coloquem um cãozinho latindo na minha orelha a noite toda que eu agradeço!
Socorro! essa é a palavra que mais sai da minha boca quando sou violada bruscamente com algumas pseudo melodias que o mundo inventou nesses últimos tempos.
Sim, eu me sinto violada! Minha dignidade fica envergonhada, decepcionada em ver que rumo essa humanidade toma.
Pornografia cantada, esse é o verdadeiro nome dessa febre que invade as ruas, as caixas de som, a privacidade da gente, atacando covardemente a nossa moralidade.
Não, não é proibido não! Mas poderia ser (ao menos nos meus ouvidos). A liberdade do outro começa onde termina a minha, claro, concordo, mas onde entra o respeito pelo outro nessa história? Porque somos obrigados a ouvir uma sessão de palavrões de baixíssimo calão em nossa própria privacidade?
"Nosso objetivo não é levar cultura, mas sim diversão" alguns adeptos desse "estilo musical"declara. Diversão? palavrão, pornografia, orgia, apologia ao crime, a prostituição, a depravação, ao adultério,a bebedeira ... onde está a diversão? onde está os conceitos éticos e morais para que se ache que tudo isso e mais um pouco trata-se de diversão? Onde está o juízo desses pais que permitem que suas crianças cantem e dancem no embalo dessas letras "tão divertidas"? Onde enfiaram o senso do ridículo e da nobreza de se usar o bom senso?
Porque que a periferia e lugares menos favorecidos precisam ser representados por esse tipo de conteúdo? Aí me vem aquele lindo ditado: pobre não tem vez! pobre não tem respeito! Ué...mas ninguém se dá o respeito, ninguém sabe oque é isso quando se entregam a esse tipo de "divertimento", respeito? Isso se conquista, isso se dá!
Francamente, isso é vergonhoso! Não é a classe social que impõe respeito, não é tua cor, roupa ou teu bolso, respeito se dá pelo porte, pelo trato, por aquilo que você representa. A vida é como um comércio que vende seu produto, se você apresenta uma má embalagem, não vai atrair os consumidores, logo não terá credibilidade no mercado. Assim somos nós, se nossa embalagem, nossos atos forem maus, forem de qualquer jeito que moral poderemos ter e impor? qual credibilidade podemos passar se o deleite pervertido se apodera?
Por favor! se não podemos ter uma peneira nos ouvidos, tenhamos na vida e nos atos!
* não são palavras de uma falsa moralista, são palavras de uma cidadã enjoada de tanta nojeira entoada de forma musical.